parte de mim

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Sou baiana- Irecê-Ba, Tocantinense de coração. Palmas-TO, Brazil
Como diria Fernando Pessoa: "...Eu não tenho filosofia, tenho sentidos... e falo na Natureza, não é porque saiba o que ela é, mas porque a amo, e amo-a por isso, porque quem ama nunca sabe o que ama nem sabe porque ama, nem o que é amar...amar é a eterna inocência, e a única inocência é não pensar..."

terça-feira, 6 de março de 2012

Deleite de um coração partido


É, ser livre é coisa muito sério, juntamente com a liberdade de pensamentos, podemos filtrar o que o cérebro irá processar; e ter o livre arbítrio, talvez seja uma das piores prisões, o estar preso dentro de si.
Sinto como se minha’alma estivesse acorrentada  em meu corpo, ali, presa, como uma espécie de auto punição, por entrar freqüentemente em devaneios, devaneios esses que não raro, me furtava o senso da realidade.
Calminha alma minha, como diria o saudoso Lenine... Você ainda tem muito o que aprender.
E lá fui eu, futucar o que acreditava está morto, enterrado, assim como os corpos mortais, em decomposição, para jamais voltar, e toquei no coração, abatido a pedradas...
O que nos resta, quando permitimos que até  nossa aura seja tocada; como demonstração de afeto agudo?
Quando de tanto delegar amor, não nos resta nada, além de uma imensa sensação de vazio?
Essa sensação incômoda que já não sabe o que fazer para preencher essa lacuna, que, de tão grande, parece um calabouço em meio oceano...
Sinto-me mergulhada nesse oceano escuro, sombrio, sinto medo, muito medo do que ainda posso encontrar em meu caminho. Desviar dos calabouços da vida e construir novas formas de amar, ressignificar constantemente o que é o amor, tem sido uma árdua tarefa.
Reabilitar um coração partido, não é conquista das mais fáceis.
E quem foi que disse que iria ser fácil?
Fitei esse coração por alguns instantes, queria sentir até a última gota, o que ele representara para mim, ao longo desse tempo, e percebi que o que ficou, foram lembranças de uma frustração de uma entrega sem medida, e tudo na vida que é demasiado grande, em sua mesma proporção se torna passível a frustração, depois do sofrimento, olhando novamente para esse coração, e meio que “desconfiada” olhei para os lados para ter a certeza de que não havia mais alguém me observando, e toquei nele, bem devagar, e ele se mexeu... Ufa!
Ele havia desfalecido. Estava muito debilitado...
E a cada dia que passa, eu tenho acreditado em sua recuperação, meu coração, está na rédea  para seu próprio bem, se nutrindo de amor, carinho, atenção, paciência e muito diálogo com a partes envolvidas e que tem se habilitado a cuidá-lo.
Bom,  tem dado certo, o aprendizado não é nada fácil, reconhecer erros, tenho percebido que nem tanto, se entregar tem dado um friozinho na barriga, que logo passa, com pequenas demonstrações de companheirismo, conquistas, que em breve se tornarão tão grandes, quanto o que há nele em sentimentos embotados.

Patrícia Sousa

2 comentários:

Ângela Batista disse...

"Como um animal que sabe da floresta
(Memória!)Redescobrir o sal que está na própria pele (Macia!)Redescobrir o doce no lamber das línguas (Macias!)
Redescobrir o gosto e o sabor da festa (Magia!) Vai o bicho homem, fruto da semente (Memória!)Renascer da própria força, própria luz e fé
(Memorias!)Entender que tudo é nosso, sempre esteve em nós (História!)Somos a semente, ato, a mente e voz (Magia!)

Patrícia Sousa disse...

E, parafraseando você amiga:
...E de tanto tentar achar sentido pra vida, as letras se juntaram, as palavras se alinharam
e as frases se formaram;
E de tanto tentar achar sentido pra vida, a vida criou seu próprio final
dando à morte seu sentido, e ao nascer seu ideal.
(Ângela Batista)